É bom quando te sentas no jardim a tomar um café, escutas os risos da casa ao lado, e trocas olhares amistosos com um gato cinzento, enquanto outro, preto e branco, desfila no muro de pedra à tua frente. Ouves a voz de uma criança,
"Tia, morreu ali um pássaro bebé, eu vi!"
Outro gato, de riscas, a ouvir tudo no fundo do jardim, e eu a magicar no que vai e no que fica, na Morte que entra na Vida distraída, a espreguiçar-se, por exemplo, sob um magnífico céu de fim de tarde como este. Instantes impressos nos dias que se desvanecem e passam depressa, depressa...
Escuto novamente aquela voz infantil, o tema já é outro,
"O que é o Amor? Eu gostava de saber, é melhor perguntar à mamã!"
O menino tem a certeza que a mãe, que rega as flores, lhe vai dar uma resposta. E dá,
"O Amor é uma coisa que se abre lentamente, como as flores na Primavera!"
Dias simples.
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